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Restrição alimentar e compulsão: qual a real relação?

  • psicologajadeponte
  • 26 de mar. de 2024
  • 2 min de leitura


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No mundo da alimentação saudável, a frase "toda restrição gera compulsão" é quase um mantra. Mas será que essa afirmação é realmente verdadeira? Como psicóloga clínica e estudiosa a respeito dos transtornos alimentares, posso te dizer: a relação entre restrição e compulsão é complexa e multifacetada, e culpar um único fator seria um grande erro!


Entendendo a multicausalidade dos transtornos alimentares


Assim como um bolo necessita de diversos ingredientes e condições adequadas para crescer, um transtorno alimentar é resultado da confluência de múltiplos fatores. A genética, a predisposição individual, o histórico familiar, aspectos sociais e culturais, e até mesmo eventos traumáticos podem contribuir para o desenvolvimento de um transtorno alimentar.


Restrição: apenas um ingrediente na receita


Sim, a restrição alimentar pode ser um fator que contribui para a compulsão em alguns casos. Ao negarmos ao nosso corpo nutrientes essenciais ou alimentos que nos trazem prazer, podemos gerar sentimentos de privação, frustração e ansiedade. Essa carga emocional, por sua vez, pode levar a episódios de descontrole alimentar como forma de compensação.


Mas, atenção: a restrição, por si só, não é suficiente para desencadear um transtorno alimentar. Indivíduos com predisposição genética ou histórico familiar, por exemplo, podem ser mais suscetíveis à compulsão, mesmo sem restrições alimentares severas.


Fatores que aumentam o risco de compulsão alimentar:


Genética: ter familiares com histórico de transtornos alimentares aumenta o risco de desenvolver o problema.

Histórico de dietas restritivas: dietas radicais e restritivas podem levar à compulsão como forma de compensação.

Baixa autoestima: pessoas com baixa autoestima podem ser mais propensas a buscar conforto na comida.

Eventos traumáticos: traumas como abuso, negligência ou bullying podem aumentar o risco de transtornos alimentares.

Pressão social: a pressão para ter um corpo perfeito pode levar a comportamentos alimentares inadequados.


Construindo uma relação saudável com a comida:


A busca por uma alimentação saudável não precisa ser sinônimo de restrição e sofrimento. É possível ter um relacionamento equilibrado com a comida, sem culpa ou obsessão.


Algumas dicas para construir uma relação saudável com a comida:


Foco no equilíbrio: busque uma alimentação variada e nutritiva, que inclua todos os grupos alimentares.

Permissão: permita-se comer alimentos que te trazem prazer, sem culpa ou medo de engordar.

Atenção aos sinais de fome e saciedade: coma quando estiver com fome e pare quando estiver satisfeito.

Prática de exercícios físicos: a atividade física regular ajuda a promover o bem-estar físico e mental.

Ajuda profissional: se você apresenta sintomas de compulsão alimentar ou outros transtornos alimentares, procure ajuda profissional de um psicólogo ou nutricionista.


Lembre-se: a sua saúde mental e física é o mais importante. Não se torture com restrições alimentares desnecessárias. Permita-se ter uma relação saudável com a comida, com prazer e sem culpa!


Palavras-chave: transtorno alimentar, compulsão alimentar, restrição alimentar, saúde mental, alimentação saudável, psicologia, nutrição.


 
 
 

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